Novo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o ex-secretário executivo do Ministério da Justiça Ricardo Cappelli afirma que a agência irá atuar na avaliação de resultados da política industrial lançada pelo governo no fim de janeiro.
Batizado de Nova Indústria Brasil, o pacote reedita políticas de antigas gestões petistas ao prever R$ 300 bilhões em financiamentos e subsídios ao setor, até 2026, além de uma política de obras e compras públicas com incentivo ao conteúdo nacional nesses produtos.
— Vamos monitorar os resultados. E vamos atuar na avaliação de resultados, do adensamento das cadeias produtivas e dos R$ 300 bilhões em crédito, que estão previstos para os próximos três anos — afirmou ele, ao GLOBO.
Cappelli deixou o Ministério da Justiça depois que Flávio Dino assumiu o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Braço-direito de Dino na pasta, Cappelli foi interventor na segurança pública no Distrito Federal após os ataques golpistas do 8 de Janeiro de 2023 em Brasília.
Com a saída da Justiça, foi para a ABDI, agência vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio, de Geraldo Alckmin.
Definiçao de metas
Cappelli afirma que a agência está atuando no processo de definição das metas da nova política industrial e isso será apresentado até o dia 22 deste mês.
— A gente precisa colocar dinheiro, mas precisa mostrar para a população brasileira o impacto disso na economia, até para enfrentar os críticos que dizem que essa é a nova velha política — disse ele, defendendo a política e industrial e citando empresas como a Embrapa e a Embraer.
O presidente da ABDI disse ainda que a agência buscará dar mais segurança para inovação.
— Também prestamos consultoria para Petrobras em encomendas tecnológicas e vamos atuar, junto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o TCU (Tribunal de Contas da União]) para dar garantia e segurança ao gestor público que queira investir em inovação. Temos um canhão para estimular a inovação no Brasil, que são as compras públicas — afirmou.
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Cappelli defende usar as compras governamentais para estimular a produção nacional:
— Empresas que apresentarem soluções nacionais poderão ter preferência. Ao reduzir a dependência de importados, é possível criar empregos e desenvolver a indústria no Brasil.
Capelli ainda afirma que o conteúdo nacional é desejável, mas é preciso ter equilíbrio entre soluções imediatas e de longo prazo.