Você já passou pelo transtorno de ter a bagagem extraviada numaviagem, ou ainda pelo pesadelo de chegar em casa e descobrir que sua mala foi aberta e há itens faltando? Se sim, sabe quão útil pode ser um serviço de rastreamento de bagagem.
É justamente esse o serviço oferecido pela startup brasileira Trackage.
A ideia do negócio surgiu de forma inusitada. Torcedor do Atlético Mineiro, o fundador Victor Hugo Moreira já havia tido sua bagagem extraviada antes. Mas foi só em 2013, quando seu time do coração passou pelo mesmo problema, que ele teve o estalo para iniciar sua empresa.
“O Atlético foi jogar no Marrocos, e o auxiliar do técnico teve a mala extraviada. Lá estavam todas as anotações sobre os times adversários. Aquilo me deu um insight”, lembra Moreira.
O serviço funciona assim: o cliente coloca um dispositivo da Trackage em sua bagagem e automaticamente passa a acompanhar a localização de seus pertences por meio de um aplicativo no celular.
Se a mala for enviada para outro local por engano, o passageiro será avisado instantaneamente e inclusive ajudará a companhia a aérea a encontrar mais rapidamente a bagagem perdida.
Em caso de violação da bagagem, o cliente também é avisado instantaneamente. Assim, é possível tomar providências já no aeroporto. “O grande problema da violação é que as pessoas só percebem que ela aconteceu quando chegam ao seu destino. Com a Trackage você fica sabendo logo e pode tomar as providências ali mesmo”, explica o empreendedor.
Além de pessoas físicas, a ideia também tem despertado o interesse de empresas – desde companhias aéreas até seguradoras e transportadoras.
No caso das companhias aéreas, a ideia é que o serviço possa ser oferecido como um adicional aos clientes. Já no transporte de cargas, o rastreamento é uma forma de controlar roubos e extravios.
“No caso de um carregamento de computadores, por exemplo, colocamos um dispositivo em cada caixa. Assim, se algum item for desviado, a empresa poderá saber em tempo real o que aconteceu”, explica Moreira.
A ideia da startup começou a ser desenvolvida no início de 2014, e o produto começou a ser vendido em julho deste ano, após aval da Anatel. A meta da empresa é chegar a 50 mil unidades de rastreamento vendidas até o final do ano que vem.
No ano passado, a Trackage passou pela aceleração da Oxigênio, aceleradora ligada à Porto Seguro, que agora é sócia do negócio.
Desde o início de sua operação, a Trackage já recebeu 300 mil reais em investimento, sendo que parte desse valor veio dos próprios fundadores. Agora, a startup está com sua segunda rodada de investimento em aberto, e espera captar 2,5 milhões de reais.
Fonte: EXAME